Wishful thinking

Wishful thinking é uma expressão idiomática inglesa, às vezes traduzida como pensamento ilusório ou pensamento desejoso, usada na língua portuguesa, que certas pessoas pensam ser de difícil tradução. Significa tomar os desejos por realidade e tomar decisões ou seguir raciocínios baseados nesses desejos, em vez de em fatos ou na racionalidade. Pode ser entendido também como a formação de crenças de acordo com o que é agradável de se imaginar, ao invés de basear essas crenças na racionalidade. É um produto da resolução de conflitos entre crença e desejo.[1] Em português a expressão, "vontade de crer" reproduz com precisão a ideia de "wishful thinking", como atesta a definição do dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: "impulso que conduz o ser humano à crença em determinadas suposições, tais como os princípios da religião ou do livre-arbítrio, cuja legitimidade não depende de qualquer comprovação obtenível por meio de fatos ou dados objetivos, mas de sua utilidade psicológica e dos benefícios vitais que as acompanham."

Muitos estudos provaram que, se todas as outras condições se mantiverem iguais, os sujeitos irão prever que os resultados positivos são mais prováveis do que os resultados negativos. Entretanto, pesquisas recentes sugerem que sob certas circunstâncias, quando as ameaças aumentam, um fenômeno contrário ocorre.[2]

Alguns exemplos notórios de wishful thinking

  • O economista Irving Fisher disse que "os preços das ações atingiram o que parece ser um patamar permanentemente elevado" algumas semanas antes da Terça-Feira Negra, em 1929, que desencadeou a Grande Depressão.[carece de fontes?]
  • Paul Wolfowitz predisse que "uma explosão de alegria irá saudar os nossos soldados" nas vésperas da Guerra do Iraque de 2003.[carece de fontes?]
  • O presidente americano John F. Kennedy acreditou que, se fossem derrotados pelas forças cubanas, os rebeldes apoiados pela CIA poderiam "escapar à destruição, fundindo-se com a paisagem", no fiasco da Baía dos Porcos.[3]

Falácia

Além de ser um viés da autoconveniência e um caminho ruim para tomada de decisões, o wishful thinking é considerado como uma falácia em uma discussão quando se assume que, por causa de nossos desejos, alguma coisa pode ser verdadeira ou falsa; mas ela é, de fato, verdadeira ou falsa, independentemente dos nosssos desejos. Esta falácia tem a forma "Eu desejo que P seja verdadeiro/falso, portanto P é verdadeiro/falso."[4]

Referências

  1. Anthony Bastardi, Eric Luis Uhlmann, Lee Ross (2011). «Wishful Thinking: Belief, Desire, and the Motivated Evaluation of Scientific Evidence» (requer pagamento). Psychological Science (em inglês). 22 (6): 731-732. doi:10.1177/0956797611406447. Consultado em 1 de Setembro de 2015  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  2. Dunning, David; Emily (1 de fevereiro de 2013). «Wishful Seeing How Preferences Shape Visual Perception». Current Directions in Psychological Science (em inglês). 22 (1): 33-37. ISSN 0963-7214. doi:10.1177/0963721412463693  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  3. Warner, Michael (2008) [2007]. «The CIA's Internal Probe of the Bay of Pigs Affair:Lessons Unlearned» (em inglês). Central Inteligence Agency. Consultado em 19 de fevereiro de 2015 
  4. Curtis, Gary N. (2012–2015). «The Fallacy Files: Wishful Thinking» (em inglês). Fallacy Files. Consultado em 19 de fevereiro de 2015 
  • v
  • d
  • e
Falácias de ambiguidade
Equívoco  • Anfibologia  • Ênfase
Apelo a motivos
Argumentum ad baculum (Apelo à força)  • Argumentum ad consequentiam (Apelo à consequência)  • Argumentum ad metum (Apelo ao medo)  • Argumentum ad populum (Apelo à multidão)  • Argumentum ad ignorantiam (Apelo à ignorância)  • Argumentum ad misericordiam (Apelo à misericórdia)  • Argumentum ad antiquitatem (Apelo à tradição)  • Argumentum ad novitatem (Apelo à novidade)  • Apelo à emoção  • Apelo ao preconceito  • Apelo ao ridículo  • Apelo à vaidade  • Wishful thinking
Erros categoriais
e de regras gerais
Composição  • Divisão  • Dicto secundum quid ad dictum simpliciter (falácia do acidente)  • Inversão do acidente
Falácias causais
Non sequitur
Falácias de explicação
Invenção de fatos  • Distorção de fatos  • Teoria irrefutável  • Explicação incompleta  • Explicação superficial  • Petitio principii (Petição de princípio)  • Conclusão irrelevante  • Deus das lacunas
Erros de definição
Definição muito ampla  • Definição muito restrita  • Definição circular  • Definição contraditória  • Definição obscura
Falácias de dispersão
Falsa dicotomia  • Reductio ad absurdum (redução ao absurdo)  • Bola de neve  • Pergunta complexa  • Reductio ad Hitlerum (redução ao nazismo)  • Reductio ad Stalinum (redução ao comunismo)  • Argumentum ad nauseam (Argumento nauseante)  • Argumentum ad temperantiam (falácia do falso meio-termo)  • Inversão do ônus da prova • Falácia genética • Dicto simpliciter
Argumentum ad hominem
Argumentum ad verecundiam (Apelo à autoridade)  • Argumentum ad crumenam (Apelo ao rico)  • Argumentum ad Lazarum (Apelo ao pobre)  • Argumentum ad lapidem  • Apelo à autoridade anônima  • Estilo sem substância  • Egocentrismo ideológico  • Falácia do espantalho • Bulverismo • Non causae ut causae (Falácia da falsa proclamação de vitória)  • Envenenando o poço
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