Tratado de Naivasha

Dança da paz, em Kapoeta, em evento organizado em 2006, pela USAID, para divulgação do Tratado de Naivasha.

O Amplo Acordo de Paz (Comprehensive Peace Agreement em inglês), conhecido também por Tratado de Naivasha, foi um acordo de paz assinado pelo governo do Sudão e os rebeldes do sul em 9 de janeiro de 2005, em Nairóbi, Quênia, que colocou fim a segunda guerra civil sudanesa. Após quase três anos de negociação o acordo encerrou um conflito que durava mais de 21 anos e que provocou a morte de aproximadamente dois milhões de pessoas e deixou três milhões de refugiados e deslocados internos.

O acordo foi assinado pelo vice-presidente do Sudão, Ali Osman Taha, e o líder do Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA), John Garang. Na cerimônia oficial estiveram presentes diversos chefes de estado africanos além do secretário de Estado norte-americano, Colin Powell.

Ficou estabelecido no acordo:

  • a formação de um governo interino no Sudão pelo Partido do Congresso Nacional (no poder) e pelo Movimento Popular de Libertação do Sudão (SPLM), com John Garang como primeiro vice-presidente;
  • autonomia de seis anos a região sul (Sudão do Sul);
  • referendo em 2011 (após o período de autonomia) com a possibilidade da população do sul optar pela independência;
  • divisão dos lucros do petróleo entre as duas partes;
  • anistia aos guerrilheiros do Exército Popular de Libertação do Sudão.

Em 11 de outubro de 2007, o SPLM desistiu de sua participação no governo da unidade nacional (GoNU), acusando o governo central de violação aos termos do acordo de paz. O SPLM alega que o governo de Cartum, dominado pelo Partido do Congresso Nacional, não retirou os mais de 15 000 soldados dos campos petrolíferos do sul e não implementou o protocolo de Abyei (demarcação da disputada região de Abyei, rica em petróleo).[1]

O SPLM anunciou que retornará a participar do governo em 13 de dezembro de 2007, seguindo um acordo: A sede do governo alternará entre Juba e Cartum a cada três meses, o financiamento de um censo (essencial para o referendo) e uma agenda para retirada das tropas da fronteira entre o norte e o sul.[2]

Em 8 de janeiro de 2008, as tropas do norte do Sudão finalmente deixam o Sudão do Sul.[3]

Referências

  1. "SUDAN: Southern pull-out threatens peace deal" Arquivado em 13 de fevereiro de 2012, no Wayback Machine., IRIN, 11 de outubro de 2007
  2. "Sudan to have shuttle government", BBC News, 13 de dezembro de 2007
  3. «North Sudan troops complete southern withdrawal: ex-rebels». Consultado em 13 de março de 2008. Arquivado do original em 25 de setembro de 2010 

Ligações externas

  • «Texto do acordo em ReliefWeb» 
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