Ostensório

Ostensório da Sé Patriarcal de Lisboa, em ouro, diamantes, rubis, esmeraldas e safiras, século XVIII

Ostensório ou custódia[1], é uma peça de ourivesaria usada em actos de culto da Igreja Católica Apostólica Romana para expor solenemente a hóstia consagrada sobre o altar ou para a transportar solenemente em procissão. A sua utilização é uma manifestação do dogma católico da transubstanciação em que a hóstia consagrada torna-se corpo de Cristo e da consequente adoração que lhe é devida como presença real de Deus. Na falta de uma custódia, o cibório pode ser utilizada para o mesmo fim.

Tradição e Significado

Segundo a tradição, o ostensório é Cristo vivo e presente, visível para nós e digno de nosso amor; é com Ele que podemos dialogar, sabendo que Ele nos ouve e nos recebe com carinho. Assim como a hóstia é circular, o ostensório tem um suporte central com um design protegido por vidro transparente. Na borda, há ornamentações em forma de raios, evocando a imagem do sol, símbolo da luz de Cristo. [2] Segundo o padre Henrique Streh: "Na Igreja temos o costume de colocar a hóstia consagrada no ostensório para o povo ver, e nela adoramos Jesus Cristo, que está verdadeiramente presente na Eucaristia”. [3]

Descrição e uso

Ostensório monstranza, Casa Museu Eva Klabin

O design do Ostensório é em geral composta por um corpo principal, normalmente confeccionado em ouro, mas podendo ser feito de prata dourada, com um centro transparente, de cristal, onde é exposta a hóstia consagrada. Algumas custódias são reputadas obras de arte, muito afamadas, como é o caso da célebre Custódia de Belém, atribuída a Gil Vicente.

As custódias são usadas em algumas ocasiões, quando existe alguma celebração popular, onde é feita algum tipo de adoração ao Santíssimo (o lausperene) e a outra, mais comum é na festa de Corpus Christi, onde se faz a Procissão do Santíssimo, comum em países de crença católica onde o povo sai pelas ruas da cidade com a hóstia consagrada dentro do Ostensório, adorando o Corpo de Cristo.

A história nos recorda que a guardada Reserva Eucarística, como Viático, vem dos primórdios da Igreja nascente e, pouco mais tarde, surge o culto de Adoração. Assim, a introdução deste objeto sagrado se deu de forma gradual na Igreja, mas, sobretudo após o Concílio de Trento, no século XVI. As primeiras notícias relativas ao uso de Ostensórios estão entre os séculos XIII e XIV, sendo um dos primeiros exemplos construídos, datado de 1324, em Reims, na França.[4]

Infelizmente, não são todas as paróquias que possuem um ostensório isso porque, não é um objeto fácil de se encontrar e, principalmente, não é barato. [5] Por isso, não é incomum, você ver a comunidade presenteando sua paróquia com esse objeto.

Conta-se que Santa Clara de Assis enfrentou um grupo de muçulmanos que pretendia invadir o convento onde se encontrava apenas com uma custódia. No evento, os infiéis teriam sucumbido perante a hóstia consagrada.

Referências

  1. «Secretariado Nacional de Liturgia :: Portugal». www.liturgia.pt. Consultado em 20 de maio de 2021 
  2. «Por que a Igreja Católica usa o ostensório para colocar a hóstia?». www.a12.com. Consultado em 25 de janeiro de 2024 
  3. «O ostensório e a adoração de Jesus Cristo…». Pai Eterno – Uma Família de Amor. 17 de setembro de 2014. Consultado em 25 de janeiro de 2024 
  4. Schneider, Raquel Tonini (26 de abril de 2023). «A LINGUAGEM SIMBÓLICA COMO VIA DE ACESSO AO MISTÉRIO CONTRIBUIÇÃO À TEOLOGIA DO ESPAÇO LITÚRGICO» (PDF). Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. Consultado em 24 de maio de 2024 
  5. «Ostensórios – Marguel Estanhos». 29 de junho de 2021. Consultado em 24 de maio de 2024 
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