Liga Hanseática

A Liga Hanseática em 1400.

A Liga Hanseática (em Alto alemão, die Hanse, que significa "banda" ou "tropa") foi uma aliança de cidades mercantis do Mar do Norte e do Mar Báltico — alemãs ou de influência alemã — que estabeleceu e manteve um monopólio comercial sobre quase todo norte da Europa e Báltico, em fins da Idade Média e começo da Idade Moderna (entre os séculos XII e XVII). Abrangeu cerca de 100 cidades, com Lubeque como centro. De início com caráter essencialmente econômico, desdobrou-se posteriormente numa aliança política.[1][2][3][4]

Do Norte da Europa era exportado peixe seco, trigo, madeira, ferro, cobre, sal, lã e peles. De volta eram trazidos tecidos, vinho, sal e especiarias. A rede comercial da Hansa abrangia o eixo Novgorod-Reval-Lübeck-Hamburgo-Bruges-Londres, e estava ligada às esferas comerciais de Veneza e de Génova, no Sul da Europa.

Com os descobrimentos marítimos de Portugal e Espanha — sobretudo a descoberta da América e a descoberta do caminho marítimo para a Índia, nos séc. XV e XVI, o comércio mundial procurou outras rotas, tendo então a Hansa entrado em declínio, até desaparecer no séc. XVII.[3][4]

A Hansa de Gotlândia

Liga Hanseática.

Nos finais do século XII e inícios do século XIII foram criadas no norte da Alemanha e em redor do mar Báltico diversas cidades: Lubeca (em 1158), Rostoque, Wismar, Stralsund, Estetino, Gdańsk, Elbing. Dentro de todas essas vilas, a burguesia instalou-se rapidamente no poder.

Os mercadores dessas cidades tentaram imediatamente comercializar com Gotlândia, visto que Henrique, o Leão havia feito paz em 1161. Estes mercadores, procedentes de Lubeca, das vilas vestfalianas e saxónicas elegiam quatro anciães (um por Visby, um por Lubeca, um por Soest e outro por Dortmund) que exerciam a justiça e representavam-nos no exterior. A actividade desses representantes estendeu-se rapidamente para além de Gotlândia, chegando até Novgorod — um verdadeiro ponto de encontro entre as civilizações orientais e ocidentais, onde criaram um estabelecimento próprio, o Peterhof. Estes mercadores penetraram também na Escandinávia (a feira de Escânia tornou-se num eixo central do comércio hanseático), na Inglaterra (onde eles foram oficialmente reunidos em 1281 numa única hansa da Alemanha) e nos Países Baixos (onde a condessa de Flandres, Margarida II, lhes concedeu privilégios fundamentais em 1252 e 1253).

É importante lembrar que foi nesta primeira associação embrionária que os privilégios e princípios fundamentais da Liga Hanseática foram aplicados.

Pode-se datar a passagem da Hansa dos mercadores a Hansa das cidades em 1280, quando uma operação contra Bruges foi organizada com o objetivo de proteger os privilégios adquiridos (seguida em 1284 do mesmo tipo de operação contra a Noruega).

Principais rotas comerciais da Liga Hanseática — o eixo Novgorod-Reval-Lübeck-Hamburgo-Bruges-Londres.

A Hansa das cidades

Em 1141 ocorreu a associação — a Hansa Teutônica — entre as cidades de Hamburgo e Lubeque, que inspirou diversas outras associações de outras cidades. Essas associações eram destinadas à proteção dos comerciantes e a defender seus interesses.

No apogeu a Hansa Teutônica contava com cerca de 90 cidades do mar do Norte e do mar Báltico, entre elas: Amsterdã, Bergen, Bordeaux, Bruges, Colônia, Cracóvia, Groningen, Hildesheim, Londres, Nantes, Novgorod, Praga, Reval (Tallinn), Riga, Rostock, Stralsund, Toruń, Varsóvia, Veneza, Wismar. Associam-se a liga igualmente estados importantes, como o dos Cavaleiros Teutônicos. Sem dúvida foi a mais poderosa das associações.

A liga foi então dividida em 4 seções, presididas por Lubeque, Colônia, Brunswick e Danzig. A Hansetag (assembleia geral das cidades que se reunia a cada 3 anos, em Lubeque) tinha apenas um papel consultivo, dado que a aplicação de suas decisões era deixada a cargo de cada cidade (que devia contudo fornecer sua contribuição militar e financeira à Hansa). Conseguiu a Hansa vitórias importantes frente ao reino da Noruega, e a seguir contra o Reino da Dinamarca. Apesar disso permanece como uma associação política onde as cidades gozam de grande autonomia.

Esta estrutura seria desmontada pelo Tratado de Vestfália (1648), que define o conceito de Estado-nação. No século XVIII o governo hanseático subsiste apenas em Lubeque, Hamburgo e Bremen. Entretanto, ainda hoje as cidades livres de Hamburgo e Bremen referem-se a si mesmas como vilas hanseáticas.

Lista das cidades hanseáticas

Membros da Liga Hanseática

Círculo Sórbio e Pomerano

Círculo Saxônico, Turíngia e Brandeburgo

Círculo da Suécia, Polônia, Prússia, e Livónia

Círculo dos Países Baixos, Reno, Vestfália

Casas de Condes

Kontore Principal

Kontore Subsidiário

Outras cidades com uma comunidade hanseática

Referências

  1. «Hansan» (em sueco). Uppslagsverket Finland (Enciclopédia Finlândia). Consultado em 6 de março de 2016 [ligação inativa]
  2. Magnusson, Thomas; et al. (2004). «Hansan». Vad varje svensk bör veta (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag e Publisher Produktion AB. p. 27. 654 páginas. ISBN 91-0-010680-1  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  3. a b Miranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg (2007). «Hansan». Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag. p. 364. 1143 páginas. ISBN 91-0-011462-6  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  4. a b Hain Rebas. «Hansan» (em sueco). Nationalencyklopedin - Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 17 de abril de 2016 

Ver também

Ligações externas

  • «Rede das Cidades Hanseáticas» 
  • Revival hanseático[ligação inativa]
  • Cronologia da Liga Hanseática
  • Cidades Hanseáticas da Holanda
  • Rede de cidades hanseáticas
  • O Porto Perdido de Sutton
  • v
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