Kanno Suga

Kanno Sugako
Kanno Suga
Nascimento 1881
Osaka (Japão)
Morte 24 de Janeiro de 1911 (Aos 29 anos)
Tóquio (Japão)
Escola/tradição Anarquismo, Feminismo

Kanno Sugako ou Kanno Suga (1881 - 1911)[1] foi uma anarco-feminista japonesa jornalista de profissão, autora de uma série de escritos em torno da opressão de gênero e da defesa da igualdade de direitos e liberdades entre homens e mulheres.

Em 1910 foi acusada de traição pelo governo japonês por seu suposto envolvimento no episódio que ficou conhecido como incidente Kotoku que visava o assassinato do imperador Meiji, sendo a primeira mulher com o status de prisioneira política a ser executada na História do Japão moderno.

Biografia

Nascida em Osaka, perdeu a mãe aos dez anos de idade e seu pai casou-se novamente. Além dos maus-tratos de sua madrasta, Kanno foi estuprada aos quinze anos e teve seu primeiro contato com o socialismo ao ler um ensaio sobre vítimas de abusos sexuais. Aos dezessete, casou-se com um homem pertencente a uma família de mercadores de Tóquio visando escapar aos maus-tratos de sua madrasta, só retornando a Osaka em 1902.[2]

Engajamento e prisão

Kanno começou a escrever em um jornal e começou a se envolver em um movimento feminino cristão contra o sistema de bordéis legalizados. Com o início da guerra Russo-Japonesa, ela se juntou ao movimento pacifista Socialista-Cristão e em 1906, ela assumiu a direção de um jornal na província de Wakayama e iniciou um relacionamento com o líder socialista Arahata Kanson (1887–1981).

Ao retornar a Tóquio, ela se envolveu em um manifesto anarquista cujos líderes foram presos no Incidente da Bandeira Vermelha de Junho de 1908. Ao visitar os amigos na prisão, ela foi presa e solta dois meses depois, quando conheceu o anarquista Shūsui Kōtoku (1871–1911). Juntos, começaram a publicar um jornal de tendências anarquistas que acabou banido pelas autoridades e Kanno acabou presa novamente.

Presa, foi descoberto o seu suposto envolvimento em um complô visando o assassinato do imperador e junto com mais vinte e três pessoas, Kanno foi condenada à morte e enforcada em 24 de Janeiro de 1911.

Legado

Sua vida inspirou a peça de teatro Kaiki Shoku (Eclipse) da companhia teatral Aono Jikken Ensemble, escrita por William Satake Blauvelt.

Ver também

Referências

  1. ÕYA, 1989.
  2. Kanno Suga from Encyclopedia of Modern Asia.

Bibliografia

  • ANARKOWIC, Stefan. (1994) Against the god emperor : the anarchist treason trials in Japan. Kate Sharpley Library. 40p.
  • CRONIN, Joseph. (2007) The Life of Seinosuke: Dr. Oishi and the High Treason Incident. White Tiger Press.
  • Encyclopedia of Modern Asia. 2001-2006 by Macmillan Reference USA, an imprint of the Gale Group.
  • HANE, Mikiso. (1988) Reflections on the Way to the Gallows: Voices of Japanese Rebel Women. New York: Pantheon.
  • ITOYA, Toshio. (1970) Kanno Suga. Iwanami shinsho, 740. 226p.
  • RADDEKER, Helene. (1998) Treacherous Women Of Imperial Japan: Patriarchal Fictions, Patricidal Fantasies. Routledge.
  • SIEVERS, Sharon L. (1983) Flowers in Salt: The Beginnings of Feminist Consciousness in Modern Japan. Stanford: Stanford University Press, 67p.
  • SUGA, Kano at al. (2003) Under the Yoke of the State : Selected Anarchist Responses to Prison and Crime. Kate Sharpley Library. 60p.
  • ÕYA, Wataru. (1989) Kanno Suga to Isonokami Tsuyuko. Osaka. Tōhō Shuppan.

Ligações externas

  • Breve biografia de Kanno Suga
  • Imagens de mulheres progressistas no Japão dos Séculos XIX e XX
  • Portal do anarquismo
  • Portal do feminismo