Editio princeps

Platão, Eutífron, editio princeps, 1578

Na filologia clássica, a editio princeps (em latim, plural: editiones principes) de uma obra é a primeira edição impressa do trabalho, que anteriormente existia apenas em manuscritos que só poderiam ser distribuídos após serem copiados à mão.[1][2] Como muitas vezes havia diferentes manuscritos da mesma obra ou havia dúvidas quanto à transcrição das palavras manuscritas, o trabalho do editor determinava o texto estabelecido único a partir do qual se deveria servir de referência.

Os textos mais importantes dos autores gregos e romanos clássicos foram, em sua maior parte, estabelecidos e publicados nos séculos XV e XVI, posteriormente à invenção da prensa móvel, por volta de 1450. A mais antiga editio princeps é provavelmente o diálogo De Officiis, de Cícero, publicada em 1465.[1] A editio princeps de Homero é do editor Demétrio Calcondilas, que se acredita ter sido publicada em 1488.[3] Um dos editores mais prolíficos de editiones principes durante o Renascimento foi Aldus Manutius, através da coleção das edições Aldinas, de Veneza.[4]

Em alguns casos houve a publicação parcial de textos, de traduções (por exemplo, de grego a latim) e de um uso que simplesmente equivale à primeira edição. O termo também passou a ser usado para obras que não fazem parte apenas das literaturas grega e latina, mas da tradição literária ocidental. Também é usado para trabalhos legais e outros documentos importantes.

Ver também

Referências

  1. a b "Editio princeps", em Harry Thurston Peck, Harpers Dictionary of Classical Antiquities (1898), Perseus Digital Library
  2. RIBEIRO JR., W.A. Editio princeps. Portal Graecia Antiqua
  3. History of information.com
  4. Coleção Aldina da Harold B. Lee Library, Brigham Young University