Acordos de Skhirat

Os Acordos de Skhirat (em árabe: اتفاق الصخيرات) ou Acordo Político Líbio referem-se a uma série de negociações iniciadas em 2015 relativas à Líbia, patrocinadas pelas Nações Unidas, que visavam solucionar a Crise Líbia.[1] Estas negociações culminaram nos acordos assinados em 17 de dezembro de 2015 entre representantes do Governo de Salvação Nacional e os da Câmara dos Representantes na cidade marroquina de Skhirat.[2]

Os acordos previam a formação de um Governo de União Nacional, anunciado em 19 de janeiro de 2016, e composto por trinta e dois membros[3]; sendo dirigido por Fayez al-Sarraj, que também seria presidente do Conselho Presidencial. Igualmente, previam o estabelecimento do Alto Conselho de Estado.[carece de fontes?]

Entretanto, em 25 de janeiro de 2016 a Câmara dos Representantes se recusou a conceder a sua confiança ao novo governo[4]; ainda assim, em 12 de março de 2016, o novo governo foi investido[5] sem voto de confiança, o que não poderia ocorrer. No entanto, este governo justifica sua legitimidade por uma petição assinada pela maioria dos membros da Câmara dos Representantes e por ser apoiado por grande parte da comunidade internacional.[6]

Posteriormente seriam os radicais do Governo de Salvação Nacional a rejeitarem a instalação do Governo de União Nacional. Khalifa al-Ghawi e seus aliados se recusariam a ceder o poder ao novo governo respaldado pela ONU.[7][8]

Os acordos resultariam em fracasso, pois sua assinatura nunca foi unânime entre os membros dos dois governos rivais.[9][10] Como resultado, a Líbia permaneceu dividida, governada por diferentes facções, e mergulhada na violência e no caos, sob a ameaça de grupos jihadistas como o Estado Islâmico.[11]

Referências

  1. «Líbia: ONU saúda novo acordo político como "primeiro passo" para paz». news.un.org 
  2. «Libye: Un accord de paix signé à Skhirat». Agence Anadolu 
  3. «Afrique - Libye : formation d'un nouveau gouvernement d'union nationale sous l'égide de l'ONU». France 24 
  4. «Le Parlement libyen rejette le gouvernement d'union». Le Monde. 25 de janeiro de 2016 
  5. «Libye: un gouvernement d'union proclamé». Le Figaro 
  6. «Libye: soutien occidental au nouveau gouvernement». Libération.fr 
  7. «Governo de união da Líbia entra em vigor, mas líder paralelo rejeita sair». O Globo. 6 de abril de 2016 
  8. «Governo de Tripoli recusa ceder poder». Expresso. 7 de abril de 2016 
  9. «Líderes de parlamentos rivais da Líbia rejeitam acordo de paz da ONU». G1. 16 de dezembro de 2015 
  10. «Deputados líbios assinam acordo polêmico para sair do caos». EXAME. 17 de dezembro de 2015 
  11. «União Africana anuncia plano para o fim da guerra na Líbia». Jornal de Angola. 12 de Novembro de 2016 
  • v
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Transição institucional líbia
Contexto militar
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  • Guerra Civil Líbia (2014–2020)
Chefe de Estado
  • Conselho Presidencial (2016–atualmente)
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  • Governo de Unidade Nacional (março de 2021–dez. de 2021)
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  • Governo do Acordo Nacional (2016–fev. 2021)
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  • Parlamentos
    unificado
  • Congresso Geral Nacional (2012–2014)
    dividido
  • Câmara dos Representantes da Líbia (2014–atualmente)
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